quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Caso de assassinato de Caroline Passos e dos dois filhos dela, Marcelo, 17 anos, e Vitória, 11 anos, tendo como único acusado e réu confesso, Wellington Raad da Costa

Por que Wellington Raad da Costa matou Caroline Passos, Marcelo e Vitória? A pergunta continua sem resposta. “Só quem pode responder é o próprio Wellington“, disse hoje o delegado Roberto Prata, durante entrevista coletiva que delegados, promotores de Justiça e peritos que investigam o caso deram à imprensa para apresentar o resultado da primeira etapa da investigação.

Wellington foi indiciado como assassino da professora universitária e assessora jurídica do Ministério Público Caroline Passos e dos dois filhos dela, Marcelo, 17 anos, e Vitória, 11 anos. O promotor Flávio Cavalcante informou que o acusado responderá como incurso no artigo 121, § 2º, inciso III(emprego de tortura e meio cruel) e IV(a traição e com uso de recursos que tornaram impossível a defesa das vítimas) combinado com artigo 61, inciso II, letra “h”(contra criança) e 69 (por três vezes) todos dispositivos do Código Penal.

Os promotores e delegados de polícia exibiram em vídeo trechos do depoimento de Wellington, onde ele confessa o triplo assassinato, diz que agiu sozinho, afirma que Marcelo era um dos seus melhores amigos, que gostava de Vitória como se fosse sua irmã e que tinha grande respeito por Caroline. O vídeo chocou alguns jornalistas, pela frieza com que Welligton assume a autoria do crime, sem demonstrar qualquer emoção. Até mesmo quando diz que está arrependido sua voz e expressão são frias.O depoimento foi prestado na noite de sexta-feira passada, 14, na Promotoria de Investigações Cíveis e Criminais do Ministério Público para delegados e promotores de Justiça, na presença dos advogados do acusado.
Além de exibir o vídeo, delegados e promotores falaram sobre a dinâmica do crime que chocou a população macapaense, emocionando até quem tem que agir sob os rigores da lei, como o promotor Flávio Cavalcante que em alguns momentos ficou com a voz embargada enquanto uma lágrima teimava em cair. Antes a informação divulgada dava conta que o crime aconteceu na madrugada de terça-feira, quando depois de deixar a namorada em casa, Welligton – que cedo já teria estado na casa das vítimas – voltou lá, por volta de uma hora e matou os três. O próprio Wellington disse que cedo esteve na casa de Caroline, jogou víde-game com Marcelo, depois foi namorar, lanchou com namorada, deixou a menina na casa dela e foi para a casa dele e que como saiu de casa para voltar para a casa das vítimas não lembrava. Mas lembra que depois de meia-noite estava tocando a campainha da casa de Carol e não se recorda quem abriu a porta. Disse lembrar vagamente de algumas facadas que desferiu nas vítimas e de ter passado a mão suja de sangue na parede da cozinha.

As investigações e provas periciais mostraram que o crime não aconteceu ma madrugada de terça-feira, 11, mas na noite de segunda-feira entre às 20h e 22h30, ou seja, Wellington matou Caroline e seus filhos, tomou banho na casa das vítimas, trocou de roupa não se sabe onde, depois foi namorar, passear no “lugar bonito” do Buritizal, comer sanduíche, como se nada tivesse acontecido.

No entendimento do delegado Celson Pacheco, coordenador do Grupo Tático Aéreo (GTA),o primeiro a ser morto foi Marcelo com uma facada certeira no pescoço, no seu próprio quarto, onde os dois jogavam víde-game. Caroline deve ter escutado alguma coisa e correu para o quarto, debruçou-se sobre o filho e foi atingida por uma facada fatal nas costas. O golpe foi tão violento que a faca quebrou e ficou cravada na costa dela. Vitória foi morta na sala e arrastada pelos cabelos para o quarto. Os três corpos foram trancados no quarto de Marcelo, a casa foi toda revirada para dar a idéia de latrocínio (roubo seguido de morte).

O crime só foi descoberto na manhã de terça-feira, por volta das 8h30, quando a empregada da família chegou para trabalhar e deparou-se com a casa bagunçada e suja de sangue. A polícia foi acionada, arrombou o quarto e encontrou os três cadáveres.

Várias hipóteses para o crime foram levantadas, como a de latrocínio já que alguns objetos teriam sido “roubados”, como aparelhos celulares e um vídeo-game. Logo depois, estes objetos foram encontrados num bueiro, derrubando a hipótese de latrocínio.

Wellington – que no início das investigações se apresentava como um dos maiores amigos da vítima Marcelo Konishi e íntimo da família, é revelado como algoz autor do triplo assassinato”, disse o promotor Flávio Cavalcante ao apresentar esta cronologia do crime:

- Dia 11 de maio de 2010 (terça-feira)
- 10h17. CIODS recebe comunicação de que a empregada doméstica entra na residência situada na Rua João Sussuarana, bairro Jardim Equatorial, e encontra vários vestígios de sangue. Polícia Militar chega ao local e encontra três corpos em um quarto da casa.
- Polícia Técnica realiza o exame no local do crime;
- Corpos são necropsiados pelo Departamento de Polícia Técnica;
- São encontradas duas facas na casa (a empregada reconhece que as facas são da própria residência das vítimas);

- Dia 12 de maio de 2010 (quarta-feira)
- Várias hipóteses para os crimes são levantadas e estudadas pelas equipes;
- São observados inicialmente o desaparecimento do local do crime de alguns objetos, tais como os aparelhos de telefonia celular das vítimas Caroline Camargo e Vitória Konishi assim como, o Play Station Portable(PSP) da vítima Marcelo Konishi;
- O aparelho celular de Marcelo Konishi permaneceu no local dos crimes.

- Dia 13 de maio de 2010 (quinta-feira)
- Várias testemunhas são ouvidas pelas equipes de Delegados, sob o acompanhamento de Promotores de Justiça;
- Em depoimento, a namorada de Marcelo informa que Wellington Luiz Raad Costa estivera na noite do dia 10 de maio na casa da família encontrada morta;
- Policiais buscam Wellington para ser ouvido e recebe a informação de que ele apresenta lesões em suas mãos.
- Wellington presta depoimento e confirma que estivera na casa das vítima na noite do dia 10 de maio;
- Wellington apresenta versão de que fora vítima de agressões à faca em sua casa na noite do dia 12 de maio;
- Wellington é encaminhado para vários exames periciais.

- Dia 14 de maio de 2010 (sexta-feira)
- Equipes se desdobram na busca de provas;
- Após intenso trabalho de inteligência das equipes da PICC e da Polícia Civil, são localizados os bens retirados da casa da vítima, que foram jogados em um bueiro da Avenida 1º de maio;
- Polícia Técnica apresenta exame preliminar dando conta da existência de vários fragmentos de impressões digitais e palmar (com sangue) de Wellington na cena do crime.
- Delegados de Polícia representam pela prisão preventiva de Wellington;
- Juiz plantonista decreta a prisão preventiva de Wellington para manutenção da ordem pública, por conveniência da instrução criminal e garantia da aplicação da lei.
- Wellington é preso e trazido à sede da Promotoria de Justiça de Macapá;
- Wellington é submetido a interrogatório pelos Delegados de Polícia, na presença de Promotores de Justiça e Advogados;

Dia 15 de maio de 2010 (sábado)
- No dia 15 de maio (sábado), Wellington é levado ao local dos crimes, a seu pedido, justificando que queria tentar lembrar detalhes do crime.

Dia 17 de maio de 2010 (segunda-feira)
- No dia 17 de maio são ouvidas a namorada de Wellington, amiga da namorada e mãe desta amiga. As três afirmam que encontraram Wellington por volta das 23h30 do dia 10 de maio (segunda-feira), e que Wellington ofereceu para a namorada o aparelho de telefonia celular com idênticas características do celular da vítima Vitória.
- Testemunha que limpou os ferimentos da mão esquerda afirma que Wellington tinha “Pitiú” de sangue.
- A namorada e amiga da namorada de Wellington viram na terça-feira (dia 11), dentro do carro de Wellington uma mochila cargueira, de cor rosa e lilás. Indagado sobre a mochila pelas duas, Wellington disse:
- “Larga isso daí que não é meu”
- Conforme colhido na escola de Vitória e confirmado pela empregada de sua casa, a mochila vista no carro de Wellington possuía enorme semelhança com a mochila escolar de Vitória.
- Franqueado pelo pai, no dia 17 de maio realiza-se busca na casa de Wellington onde dentro da cômoda do quarto foi encontrado adaptador de cartão com um microchip, com vídeos de Caroline Camargo.
A coletiva durou cerca de duas horas. Promotores, delegados e peritos responderam pacientemente todas as perguntas, inclusive as repetitivas, para que os jornalistas saíssem de lá sem qualquer dúvida e assim pudessem passar para a sociedade informações baseadas em provas. Ao final eles pediram aos jornalistas que evitem especulações.

ARTIGO RETIRADO NA ÍNTEGRA DO SITE http://www.alcinea.com/sem-categoria/caso-carol E ASSINADO PELA JORNALISTA ALCINÉA CAVALCANTE

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Essa semana aconteceu o julgamento do ex-militar Jonas Diego e do recepcionista Sérgio Nascimento acusados de assassinar o funcionário público Fabiano Aragão Brito – espancado e morto em 2006 – acabaram sendo condenados.

Além do ex-militar Jonas Diego, o recepcionista Sérgio Nascimento também disse que não suportava mais viver com a culpa e que quer pagar pelo crime cometido. 
Depois de mais de 13 horas de julgamento, os dois acusados de assassinar o funcionário público da Prefeitura de Macapá Fabiano Aragão Brito – espancado e morto em 2006 – acabaram sendo condenados.

No final da sessão, os jurados decidiram que os réus eram culpados pelo crime de omicídio qualificado e ocultação de cadáver. Diego foi sentenciado a 20 anos de reclusão, e Sérgio há 14 anos e seis meses. Ambos inicialmente em regime fechado. Porém, os dois receberam o direito de recorrer da decisão em liberdade.
Relembrando o caso
De acordo com o processo do Ministério Público (MP), o caso aconteceu por volta das 4 da manhã e o crime foi motivado pelo fato de Fabiano ter urinado próximo a moto de um amigo dos acusados. Jonas Diego e Sergio Furtado teriam então espancado a vítima com chutes e golpes de capacete para, posteriormente, amarrar seus pés, mãos e pescoço com uma corda e obrigá-lo a andar pelo posto. Em seguida, os acusados colocaram Fabiano no porta-malas de um Fiat Uno e o levaram embora. Toda a ação foi presenciada por funcionários do posto de gasolina e filmada pelo circuito interno de TV do estabelecimento.
O pai da vítima, Antônio Josimar Brito, conta que chegou a registrar um boletim de ocorrência no dia 30 de outubro, comunicando o desaparecimento de Fabiano. “Não sabíamos o que havia acontecido com nosso filho. Encontramos a moto dele abandonada no posto de gasolina e já estávamos desesperados, imaginando o pior” relembra Antonio.
O corpo de Fabiano foi encontrado somente na tarde do dia 31 de outubro, três dias depois, em um ramal da BR-210. Na ocasião a vítima apresentava várias fraturas no crânio e ferimentos causados por pauladas. 
Como um sinal de total desprezo e frieza, Jonas Diego ainda deixou um recado na pagina de Orkut de Fabiano horas após o crime, no dia 28, com a seguinte mensagem: “Fala irmão!! Se lembra de mim, Diego!! Taadd!! Uhauhaa se não agüenta bbr, bebi leite!! Uhauha abraços fica com Deus”.
Os acusados foram denunciados por homicídio qualificado, além de motivo fútil, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. Depois que a Justiça aceitou a denúncia do MP, Jonas Diego foi expulso da Polícia Militar.
  
REPORTAGEM RETIRADA NA ÍNTEGRA DO SITE http://www.amapadigital.net/noticia_view.php?ID=5973  E ASSINADA PELA JORNALISTA (Elen Costa/aGazeta)

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

ADIADO O JULGAMENTO DOS ACUSADOS PELA MORTE DO SD PM WILLIAN DICKSON. DESTA VEZ, O JULGAMENTO DEVERÁ ACONTECER NO PRÓXIMO 29 DE SETEMBRO A PARTIR DAS 10h.

CASO WILLIAN DICKSON, JULGAMENTO É REMARCADO PARA DEPOIS DE 4 ANOS DA MORTE DO PM
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Previsto para esta quinta-feira (1º), o júri popular dos três envolvidos no assassinato do policial militar William Dickson, ocorrido em 2007, foi adiado devido ao número insuficiente de jurados.O julgamento de Cleiton Gonçalves da Silva, conhecido como “Caçula”; Wagner Pereira Rodrigues, o “Pé de Pato”, e Regina de Jesus Queiroz dos Santos, a “Régis” foi remarcado para o próximo dia 29 de setembro a partir das 10h.

De acordo com o juiz João Guilherme Lages, que presidiu, o julgamento foi adiado por estouro de urna, quando se torna impossível formar um conselho de sentença no plenário do júri por insuficiência de jurados necessários para a instauração da sessão de julgamento. “estavam presentes 20 jurados, 9 deles foram recusados pelos advogados e outros pelo juiz”, disse Lages.

O plenário do Fórum Desembargador Leal de Mira ficou lotado de estudantes, familiares e amigos dos envolvidos. Para a mãe de Dickson, Angela Monteiro, a justiça será feita. “Seja hoje ou dia 29 queremos justiça e tenho certeza que será feita”, disse ela.

Testemunhas - O julgamento desta quinta-feira teria o depoimento de pelo menos quatro testemunhas em defesa de Vagner e duas de Caçula.

Acusação – O trio é acusado de tramar, matar e ocultar o corpo do policial militar William Dickson. O crime aconteceu no dia 7 de maio de 2007.

O advogado de defesa de Caçula, Maurício Pereira, explica que a defesa irá tentar mostrar aos jurados que não há provas de que Caçula esteja envolvidos no crime e nega envolvimento. “Ele não matou e foi forçado a assumir a culpa”, disse Pereira.

Lembre o crime – O mototaxista Caçula e o amigo Pé de Pato estão sendo acusados de terem sequestrado, torturado e depois, assassinado Dickson. O corpo do militar fora jogado em um rio e encontrado dias depois. A dupla, na época, confessou o crime. Cleiton, na época, contou que de posse de um revólver, ele e Pé de Pato, aguardaram a chegada de Dickson na Unifap, onde ele cursa Direito e conseguiram chegar até ele, o doparam com um lenço e o levaram para um kitinete onde Caçula morava, no bairro do Zerão.Pé de Pato teria conduzido a moto de Dickson e Caçula levou o militar no carro do pai dele. Já no kitinete do Zerão, os dois teriam torturado Dickson até a morte. Logo após, os dois teriam ido até um balneário na BR 156, amarrado o corpo de Dickson a uma jance de caminhão e jogado no rio.

Pé de pato se defende – Vagner contou, antes de entrar no plenário, que era inocente. Segundo ele, conhece Caçula há tempos e trabalhavam juntos como mototaxistas clandestinos. Ele contou que após o assassinato, pediu para que ele pegasse uma motocicleta para ele e deixasse em certo local. “Como atuávamos juntos, eu levei a moto, sem saber do que estava acontecendo”, informou. Caçula chamou o amigo e contou em dez minutos, o crime. Segundo ele, Regis teria ido ao encontro de Dickson e o teria atraído ato kitinete de Caçula, que ela garantiu ser dela. Quando estavam juntos, Caçula teria chego e batido em Dickson com uma barra de ferro de um ônibus. “Os dois começaram a travar uma luta corporal e, inclusive, a Régis pegou a arma do namorado e fez menção que ia atirar em Dickson. Caçula me contou tudo isso” disse. Depois de descobertos, Caçula contou que era para Pé de Pato afirmar que ele teria ajudado no assassinato, para que a namorada, Régis, não fosse culpada pelo crime.
Reportagem retirada na íntegra do site www.jdia.com.br e assinada por Alyne Kaiser no dia 02/09/2011